Neymar – quem é fã e quem não é!

Por Ricardo Veras

Que Neymar é craque, ninguém nega. A dúvida é: por que ele divide tanto opiniões entre os amantes do futebol?O “ônibus da história”Pense numa analogia: ao nascer, é como se você entrasse em um ônibus que já vem de longa viagem.

📷 Divulgação

O trajeto até ali pertence ao passado, você apenas ouve relatos. O que de fato vivencia é o trecho percorrido enquanto está dentro.No futebol acontece o mesmo. Te contam sobre Pelé, Zico e Romário, até chegar em Neymar. Alguns acompanharam todos, outros só a partir do Zico ou do Romário. Já os mais jovens conheceram diretamente Neymar como principal referência. O peso das gerações, e essa diferença de ponto de partida muda tudo. Épocas, estilos, mídias e costumes não são os mesmos. Pelé e Zico nunca usaram chuteiras coloridas, não pintaram o cabelo nem exibiram a vida pessoal nas redes sociais. Quem cresceu admirando esses ídolos costuma ver Neymar como um craque que “não resolveu”: não ganhou uma Copa do Mundo, não repetiu a grandeza dos anteriores e, além disso, expôs demais sua vida fora de campo. Daí nasce o desdém. Já a geração que cresceu junto dele assimilou naturalmente esse novo contexto.

Para os mais jovens, Neymar é o craque da vez, com dribles, gols e feitos que o colocam entre os maiores — como artilheiro histórico da Seleção Brasileira e campeão da Champions League pelo Barcelona.Muito além da bolaNo fundo, dificilmente as opiniões vão mudar. Não se trata apenas de dribles ou títulos, mas da forma como cada geração vê o mundo. Neymar é, ao mesmo tempo, craque incontestável e personagem controverso.Talvez, mais do que ser apenas avaliado como jogador, ele represente um espelho das transformações culturais do Brasil: um ídolo moderno que carrega, junto com seus gols, as tensões entre tradição e mudança.

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