Seleção feminina espelhou na Copa a sua realidade de investimentos

Por Arthur Dafs – Opinião

A Seleção Brasileira feminina de futebol não atuou bem na Copa do Mundo realizada na Austrália, o time comandado por  Pia Sundhage venceu o Panamá na estreia com goleada na primeira partida, e conheceram em seguida uma derrota para a seleção francesa por 2×1 no segundo jogo, e, o empate amargo sem gols diante da Jamaica demonstrando nesta partida muitas coisas no futebol feminino de nosso país, além da ansiedade presente nesta desclassificação precoce na Copa.

foto: Thais Magalhães/CBF

Sobre os retratos da realidade iniciamos pela Marta, nossa camisa 10 e referência no time por décadas, se aposentou da Seleção nesta Copa do Mundo e se despede do torcedor em breve no futebol brasileiro. Em sua trajetória de conquistas Marta acumula 189 jogos e 122 gols na Seleção, e é a maior artilheira de todas as edições da Copa do Mundo, seu número inclusive se destaca sobre o masculino, com um total de 18 gols em 20 jogos.

Entre seus títulos da eterna camisa 10, inclui a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007, e a conquista da Copa América em 2003, 2010 e 2018. Além dos vice-campeonatos da Copa em 2007 e as medalhas de prata nas Olimpíadas de 2004 e 2008. 

Marta ressaltou em entrevista: “difícil falar num momento como esse. Não era, nem nos meus piores pesadelos, a Copa que eu sonhava. Mas é só o começo. O povo brasileiro pedia renovação. Está tendo renovação. A maioria das meninas tem muito talento e um caminho enorme pela frente. É só o começo para elas. Eu termino aqui, mas elas continuam”, disse a Rainha à CBF TV.

Futebol sem investimentos

Sobre investimentos é possível fazermos um comparativo sobre números, projeções e investimentos em material humano. Não basta apenas a CBF e federações oficializarem torneios por estados ou pelo país, é preciso investir mais além. Juntamente com os torneios é necessário culturalizar o futebol feminino no Brasil – tal como é visto e feito no masculino.

Vejamos a Seleção dos EUA, atualmente com quatro conquistas de Copa do Mundo – metade das edições, e o Brasil nenhuma, ao menos no futebol feminino faz-se o questionamento, somos o país do futebol?

Conforme publicação no G1 no início de julho de 2023 – também destacado no Globo Repórter, observamos o comparativo entre os países EUA e Brasil.

Nos EUA, jogadoras registradas no país abaixo dos 18 anos: Um milhão e meio, no Brasil: menos de três mil. Nos EUA, 72 mil técnicos são credenciados para lecionar o futebol feminino, no Brasil mil e trezentos.

No Brasil, temos dinheiro investido em estádios ou arenas pessimamente utilizados e super faturados em suas obras iniciais. Nos EUA estádios construídos para outras modalidades esportivas também são reutilizados pelo futebol feminino e masculino.

Entre outros diversos fatores, que a CBF ou a visão de negócio esportivo no país não enxerga ou simplesmente negligência por tais interesses. Ou seja, quando alcançarmos um patamar na esfera de produtos como: NBA, NFL, Champions League, F1, entre outros, o futebol feminino será mais competitivo e menos burocrático em toda a sua estrutura.

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