Pais Sãopaulinos criam o AutistasTricolores inspirados no filho

Por Diego Souza

O projeto “Autistastricolores” foi idealizado pelo casal Mike e Rosângela, a inspiração e a criação veio através do filho João Pedro – filho do casal que é Autista. A motivação surgiu pela busca de mais acessibilidade e inclusão para o João Pedro e para todos os Autistas que frequentam os estádios e arenas no Brasil, já que hoje o estádio do clube São Paulo F.C – time do coração da família, o Morumbi (Cícero Pompeu de Toledo) não possui uma sala sensorial adequada para os torcedores AUTISTAS.

Arquivo Pessoal

Em relação a adaptações e as necessidades de acessibilidade e adequação às pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autismo) no estádio do Morumbi, algumas mudanças foram iniciadas. “recentemente o clube nos ouviu e atendeu quanto às necessidades para as pessoas com TEA, há uma previsão de uma sala sensorial a ser entregue no mês de agosto, o que para nós significa uma grande vitória,” ressaltou Mike.

Mike, pai de João Pedro também afirmou que há a necessidade de mais melhorias para que os PCDs (pessoas com deficiências) tenham mais acesso a ingressos com maior facilidade nos eventos realizados nos estádios, uma das lutas de Mike e sua esposa Rosangela com o projeto “Autistastricolores”, sempre será por mais direitos às pessoas diagnosticadas com TEA.
Mike e Rosangela não define o projeto como torcida organizada ou de torcedores e sim como parte de um movimento de inclusão, atualmente possui cerca de 3600 seguidores em uma página no Instagram, há também um cadastro somente direcionado para a venda de camisetas.

Arquivo Pessoal

Durante a entrevista ao Jogo em Pauta, o casal apontou os artigos 1°, l e ll e 5°,l presentes na Constituição Federal que garante a dignidade e os direitos e obrigações iguais entre homens e mulheres. É o ápice de que todos têm direitos de estar onde quiser.

O casal sinalizou a lei de 2012 a Lei Berenice Piana (12.764/12) que instituiu política nacional dos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista onde estabelece diretrizes para sua consecução e a Lei da Inclusão (13.146/2015), onde declara de forma clara e expressa que a pessoa com deficiência tem direito ao esporte, a cultura e ao lazer, sendo lhe garantido o acesso de forma acessível.

Diante dessas leis Mike afirma:

“Veja que todos nós temos o direito a cultura e lazer, está descrito na Carta Magna, sendo assim acredito que não haveria nem a necessidade de uma Lei complementar. Entretanto, ainda hoje infelizmente não vivenciamos estes direitos, é extremamente inaceitável de que pessoas estejam reclusas no ano de 2023 dentro de um estado que se declara como garantidor de direitos. Diante de nossa realidade faço um questionamento, onde estão os direitos constituídos nas leis e na constituição federal? Se atualmente não conseguimos sequer frequentar shoppings, estádios, clubes, cinemas, entre outros locais”.

Em relação a outros movimentos que incluem mais leis de acessibilidade às pessoas com autismo, Mike e Rosangela afirmam que sempre o intuito é ECOAR a necessidade de uma pessoa que vive dentro do Espectro.
“Atualmente dentro da câmara parlamentar já há representantes: pais, mães e/ou já trabalharam com pessoas com deficiência, qual revelam uma realidade robusta ao falar sobre as necessidades de uma pessoa Autista. Temos contato com algumas pessoas do meio parlamentar e trabalhamos juntos a fim de levar a informação, a conscientização e projetos para que o mundo tenha um olhar diferenciado às pessoas com Autismo”, afirmou o casal.

Com as ações da página no Instagram Autistastricolores, a iniciativa do São Paulo F.C. mencionados pelo casal, entre outras frentes, quais visam mais acessibilidade ao filho João Pedro e às pessoas com autismo. Em relação ao time do coração da família, o casal parabeniza o clube paulista pelo feito e o atendimento às pessoas diagnosticadas com TEA, entretanto, Mike e Rosangela ressaltam que não é apenas o ingresso gratuito às pessoas com autismo que define o conceito “inclusão”, na realidade esse processo necessita de mais atenção das autoridades e da sociedade em prol de atendimentos mais específicos, para que de fato alcance em suma, o real conceito denominado inclusão.

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